Manoel de Barros
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude
A maior riqueza do homem é
a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um
sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que
olha o relógio,
que compra pão às 6 horas
da tarde,
que vai lá fora, que
aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
BARROS, M. Retrato Do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro:
Editora Record, 1998.
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